Balanço de dez anos da plataforma SEEG, do Observatório do Clima (OC), mostra que país fracassou em cortar gases-estufa após adoção de política nacional.
Quatro especialistas do Observatório do Clima mostrarão como o Brasil desperdiçou oportunidades para reduzir suas emissões, sobretudo, pela destruição da floresta amazônica, nos últimos dez anos. A “década perdida” do controle de emissões, ironicamente, aconteceu após a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, no fim de 2010.
O painel acontece no Brasil Climate Hub, stand da sociedade civil na COP 27, em Sharm El-Sheikh, nesta quarta-feira, 9/11, às 10h (horário local), 5h de Brasília.
Só no ano passado, o país emitiu 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente, um aumento de 12,2% em relação a 2020 (2,16 bilhões de toneladas). Há quatro anos as emissões sobem sem parar, algo inédito desde a década de 1990. Também será apresentado o SEEG Metano, que analisou cenários de projeções de emissão desse gás até 2030 e propôs uma meta para o Brasil, como contribuição ao Compromisso Global do Metano, assinado na COP26.
Criado em 2012, o SEEG (seeg.eco.br) foi a primeira iniciativa nacional de produção de estimativas anuais para toda a economia. No ano seguinte, a tarefa foi incorporada ao Observatório do Clima. Hoje, em sua 10ª edição, é uma das maiores bases de dados nacionais sobre emissões de gases estufa do mundo, compreendendo cinco setores: Agropecuária, Energia, Mudança de Uso da Terra, Processos Industriais e Resíduos.
O SEEG surgiu para atender a uma determinação da PNMC (Política Nacional de Mudanças Climáticas). O decreto que regulamenta a PNMC estabeleceu que o país deveria produzir estimativas anuais de emissão, de forma a acompanhar a execução da política. O governo, porém, não as produziu. Os inventários nacionais, instrumentos fundamentais para conhecer em detalhe o perfil de emissões do país, são publicados apenas de cinco em cinco anos.
As estimativas são geradas segundo as diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).
O que: A década perdida das emissões brasileiras: o que revelam dez anos de estimativas anuais feitas pela sociedade civil
Quando: Quarta-feira, 9/11, às 10h de Sharm El-Sheikh, 5h de Brasília.
Painelistas:
Ane Alencar, diretora científica do Ipam
Marina Piatto, diretora executiva do Imaflora
Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Iema
Tasso Azevedo, coordenador do SEEG
Local: Brasil Climate Action Hub — COP27 — Sharm El-Sheikh
Contato - Imprensa
Solange A. Barreira – Observatório do Clima
+ 55 11 9 8108-7272
Sobre o Observatório do Clima – Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 77 organizações integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática. Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil.