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Na COP26, Brazil Climate Hub recebe a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado, e a nova mostra “Para quem está por vir”, com fotógrafos do Norte do Brasil

Durante a COP26, em Glasgow, no Reino Unido, o Brazil Climate Action Hub, iniciativa da sociedade brasileira na Conferência do Clima, vai exibir duas exposições dedicadas à Amazônia brasileira e sua diversidade biológica e cultural.

O espaço receberá um pop-up da mais nova mostra de Sebastião Salgado, “Amazônia”, em cartaz no Science Museum, de Londres, além do novo trabalho “Para quem está por vir”, de Eduardo Carvalho e Vanessa Gabriel-Robinson, desenvolvido exclusivamente para a COP.

Em “Amazônia”, Sebastião Salgado apresenta o resultado de sua imersão pela maior floresta tropical do mundo, fotografando rios, montanhas e as populações que vivem e dependem da floresta. Salgado trabalhou com 12 diferentes comunidades indígenas para criar sua obra, que resultou em poderosas fotografias em preto e branco. O trabalho do premiado fotógrafo brasileiro traz reflexões sobre as ameaças enfrentadas por quem habita aquela região.

Olhar amazônico

A exposição “Para quem está por vir”, por sua vez, traz para a Conferência do Clima as diferentes faces e cores que compõem a diversidade da Amazônia. Com curadoria de Eduardo Carvalho e de Vanessa Gabriel-Robinson, a mostra apresenta o trabalho de três profissionais da nova geração de fotógrafos da região Norte: Marcela Bonfim (Rondônia); Nailana Thiely (Pará) e Bruno Kelly (Amazonas).

Com um olhar sempre atento aos povos da floresta – que guardam e escrevem a história da região – suas fotografias nos ajudam a refletir sobre a importância de manter esse ecossistema vivo, em todas as suas formas, e encontrar soluções que minimizem os impactos da exploração que ocorre na Amazônia há tantos anos.

“Há muitas Amazônias dentro de uma só. Temos a floresta e sua diversidade biológica, e temos 25 milhões de pessoas vivendo na parte brasileira do bioma, distribuídas por cidades, em reservas extrativistas, em quilombos, vivendo próximas a rios ou em aldeias indígenas. A exposição traz um pouco dessa diversidade para Glasgow, e nos alerta sobre o impacto da atividade humana na população e na cultura amazônica”, afirma Eduardo Carvalho, um dos curadores.

“Como alguém nascida e criada na Amazônia, me sinto muito orgulhosa de fazer parte desse projeto. A minha intenção principal foi a de dar uma perspectiva local sobre a região, utilizando esse espaço como forma de divulgar o maravilhoso trabalho de fotógrafos locais, que são inspirados pelas riquezas e pelos desafios das comunidades locais. Marcela, Nailana e Bruno escolheram a Amazônia como seu lugar para morar e trabalhar. Eles construíram uma conexão única com a floresta, a Amazônia urbana e as comunidades locais, que lutam todos os dias para proteger seus saberes e tradições”, afirma Vanessa Gabriel, que nasceu no Amapá e mora em Londres há 11 anos.

Sobre os curadores:

Eduardo Carvalho

Um dos bolsistas do programa britânico Chevening Clore Leadership, 2019-2021, Eduardo trabalhou por seis anos no Museu do Amanhã, onde desenvolveu exposições e experiências com foco no engajamento do público em temas sociais, como mudanças climáticas, convivência, cultura, preservação do meio ambiente e refugiados. Entre suas principais obras, estão as exposições: Coronaceno – Reflexão nos Tempos Pandêmicos; Amazônia (inaugura em 2021); Pratodomundo – Comida para 10 Bilhões (Medalha de Bronze do Grands Prix, anteriormente conhecido como Prêmio Internacional de Design e Comunicação), e Inovanças: Criações à brasileira”, que atingiu meio milhão de visitantes em dez meses. Além disso, foi responsável pela implementação do projeto IRIS+, uma experiência com Inteligência Artificial feita em colaboração com IBM Watson – o protótipo foi citado pelo “The New York Times” como um exemplo de inovação mundial.

Vanessa Gabriel-Robinson

Jornalista formada pela Universidade Federal do Pará, Vanessa trabalha há mais de 12 anos desenvolvendo e gerenciando projetos internacionais no setor criativo e cultural em organizações como British Council, Queen Mary University, Create London, The Roundhouse, Richmix e Instituto Claro. Vanessa já desenvolveu e implementou projetos estratégicos no Brasil, Colômbia, Líbano, Egito, Jamaica, Bahrein, Arabia Saudita, todos com foco em impacto social, promovendo diálogo entre as comunidades locais, organizações culturais e os setores público e privado.

Atualmente, Vanessa trabalha na Prefeitura de Londres como Gerente de Projetos, é fellow do programe Civic Futures (criado pelo prefeito Sadiq Khan), e president do conselho da Latin American Women Resource Center (LAWRS), a organização que ajuda mulheres latino-americanas vitimas de violência. Apaixonada pela Amazônia, Vanessa é uma das criadoras da Escola Livre da Amazônia, uma organização criada para empoderar jovens e profissionais de cultura da região.

Sobre os fotógrafos

Nailana Thiely

É jornalista e documentarista para a mídia nacional e local e desenvolve pesquisa em artes visuais com ênfase em processos relacionais. É formada em Comunicação Social e possui mestrado em Amazônia e Comunicação Cultural (ambos pela Universidade Federal do Pará). Ela também é designer gráfica.

Seu trabalho já participou de mostras nacionais e internacionais, como Festival de Fotografia de Tiradentes (2021), Sobre Sueños, abismos y otras fronteras, Centro de Fotografia de Montevidéu (2019) e Light and Lightness, Newport University / UK (2010). Ela também recebeu uma bolsa de pesquisa em Artes Visuais pelo Centre Vu, na cidade de Québec, Canadá.

Sua primeira exposição individual foi realizada em 2005, quando fez uma pesquisa para resgatar a memória de moradores da periferia de Belém, por meio de seus retratos de família. Seu trabalho é focado em direitos humanos e sustentabilidade.

Marcela Bonfim

Marcela nasceu em Jaú (SP), mas mora em Porto Velho (Rondônia), desde 2010, quando seu trabalho como fotógrafa se tornou cada vez mais importante.

É formada em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Em seu trabalho, Marcela dá voz e espaço às comunidades negras tradicionais da região amazônica, usando suas imagens para denunciar o racismo enfrentado por essas comunidades e a falta de políticas públicas do setor público para apoiá-las.

Marcela é uma ativista pelos direitos dos negros e seu trabalho visa resgatar a história da diáspora africana na região, capítulo ainda invisível na história brasileira. Suas lentes também capturaram a resistência dessas comunidades para preservar e proteger sua cultura e tradições. Marcela foi indicada e selecionada pelo Prêmio PIPA, um dos mais prestigiosos reconhecimentos da artista contemporânea brasileira.

Bruno Kelly

Bruno Kelly é um fotógrafo brasileiro radicado em Manaus que trabalha principalmente para a mídia internacional. Natural de São José dos Campos (SP), é graduado em Comunicação Social (Universidade do Vale da Paraíba).

Seu trabalho tem como foco o impacto socioambiental sobre os povos tradicionais da Amazônia e os crimes contra a floresta, como as mudanças climáticas. Atualmente colabora com a Reuters e a agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, agência de notícias local com sede em Manaus criada por dois jornalistas locais, com o objetivo de mostrar ao resto do mundo a real Amazônia e seus principais problemas.

Seu trabalho já fez parte de mostras nacionais e internacionais, e foi finalista do prêmio Vladimir Herzog 2020. Em 2021, lançou o livro “Arapaima”, que mostra o trabalho sustentável feito pelas comunidades ribeirinhas da reserva Mamirauá para preservar um dos peixes mais importantes da região amazônica, o pirarucu.

Contact:
Eduardo Carvalho [email protected]
Mobile +44 07384 009784 / WhatsApp +55 (21) 99486 7376

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